Sustente a Si Mesmo na Jornada: o cuidado como parte do propósito
Neste nono passo da série, o convite é para voltar-se a quem está vivendo o propósito: você. Após tantos movimentos de descoberta, desapego e transformação, é hora de criar uma base que sustente esse novo ciclo — não apenas com ações externas, mas com presença, gentileza e cuidado consigo. Neste artigo, refletimos sobre como pequenas práticas de atenção emocional, mental e prática podem transformar sua caminhada e evitar o autoabandono. Porque não basta viver com sentido — é preciso também se sustentar com carinho e consciência.
Carla Regina Nascimento de Paula
4/5/20253 min read
Sustente a Si Mesmo na Jornada: O Cuidado como Parte do Propósito
Este é o quinto artigo da nossa série sobre os 10 passos para construir um propósito de vida com mais verdade e significado. Ao longo dessa caminhada, falamos sobre o querer autêutico, a experimentação, a sustentação daquilo que faz sentido, as barreiras que surgem, a vulnerabilidade, as despedidas e os novos contornos identitários. Agora, nos voltamos para algo que muitas vezes é esquecido nesse processo: o cuidado com quem vive esse propósito.
Sim, o cuidado com você.
Uma diferença fundamental: cuidar do propósito x cuidar de si
Lá no Passo 3, falamos sobre a importância de criar uma rotina para sustentar e expandir aquilo que você experimentou e descobriu como significativo. Discutimos como dar continuidade ao que faz sentido, como integrar esse movimento ao cotidiano e como compartilhar isso com o mundo.
Neste Passo 9, a direção é outra: agora o foco é cuidar de quem está vivendo o propósito. Ou seja, sustentar a si mesmo emocional, mental e energeticamente para seguir no caminho com consistência e leveza.
O risco do autoabandono
É muito comum ver pessoas que iniciam um processo de transformação, descobrem um novo sentido para a vida, mudam rotinas, ampliam horizontes — e, ainda assim, entram em colapso interno porque simplesmente esqueceram de cuidar de si.
Isso acontece quando a atenção fica toda voltada para o fazer, o realizar, o dar conta, e se esquece do sentir, do pausar, do nutrir.
Propósito sem cuidado se torna peso. Cuidado sem propósito se perde em dispersão.
A integração dos dois é o que sustenta a caminhada com verdade.
O cuidado como base de sustentação
Cuidar de si não é um luxo. É um compromisso com a própria jornada.
Aqui, não estamos falando apenas de autocuidado no sentido estético ou do bem-estar rápido. Estamos falando de presença. De um compromisso com aquilo que você está se tornando. De uma escuta real das suas necessidades. De pequenas práticas que lembram, todos os dias: "estou aqui por mim".
Esse cuidado pode assumir muitas formas, e cada pessoa vai encontrar a sua maneira de se nutrir. Pode ser através de silêncio, da escrita, da arte, do movimento, da natureza, da oração, da terapia, da meditação, de uma boa conversa ou de um momento a só.
Três dimensões do cuidado intencional
🟠 Cuidado emocional
Reconheça suas emoções como parte do caminho. Permita-se sentir sem julgar. Acolha a tristeza, a alegria, a dúvida, o medo. Nenhuma delas é sinal de fracasso. Elas são sinais de que você está vivo(a).
🔵 Cuidado mental
Evite a sobrecarga de informação, o excesso de exigência e a armadilha da comparação. Alimente sua mente com conteúdo que fortalece sua consciência e amplia sua visão, não com aquilo que te dispersa ou enfraquece.
🟢 Cuidado prático
Estabeleça pequenos rituais ou rotinas de sustentação. Pode ser um horário fixo para caminhar, um momento de silêncio ao acordar, uma lista de gratidão, um lembrete visual do que você está construindo.
Como criar uma rotina que cuide de você?
A ideia aqui não é estabelecer um novo sistema de cobranças ou metas inalcançáveis. É exatamente o oposto: é criar um espaço seguro e afetuoso na sua vida.
Aqui estão algumas sugestões:
Escolha um momento do dia para se reconectar com você mesmo (não precisa durar mais que cinco minutos).
Crie um gesto, uma frase ou um objeto que represente seu cuidado consigo (e use isso como lembrete).
Marque no seu calendário um tempo regular para revisitar suas escolhas e se perguntar: "estou me tratando com gentileza?"
Identifique sinais de autoabandono: irritabilidade constante, exaustão, sensação de estar sempre correndo. Esses sinais são convites para retornar.
Porque o propósito precisa de um corpo que o sustente
Você é a casa do seu propósito.
Se essa casa não for cuidada, ele se torna instável, frágil, insustentável. Por isso, cuidar de si é parte fundamental da missão. É um gesto de coerência com tudo o que você vem construindo.
No próximo e último passo, vamos falar sobre continuidade: como transformar esse processo em um ciclo vivo, que se renova com a própria experiência. Mas antes disso, deixe essa pergunta ressoar:
Que forma de cuidado sua caminhada está pedindo agora?
Se quiser compartilhar sua experiência ou fazer parte do grupo de pessoas que está me ajudando a construir esse material, clique no link e preencha o formulário:
Estamos quase no fim da jornada, mas talvez seja aqui que comece uma nova relação com você mesmo(a).
