O que nos torna humanos? Reflexões entre robôs e relações

O que nos torna humanos? Pode parecer uma pergunta filosófica — e é. Mas também é uma pergunta cotidiana. Ser humano não é só ter sentimentos, nem só pensar, nem apenas envelhecer com sabedoria. É algo que se constrói na relação com o outro. Neste artigo, inspirado por dois personagens que não são humanos — um do cinema (O Homem Bicentenário) e outro da animação (Robô Selvagem) — mergulhamos numa reflexão delicada sobre o que significa se tornar mais humano. Ambos os robôs têm em comum uma trajetória que passa pela escuta, pela convivência e pelo afeto. E é justamente aí que a ficção toca em algo muito real: não somos definidos apenas por nossa biologia, mas pelas escolhas que fazemos no encontro com os outros. Esse texto é um convite para desacelerar e pensar sobre o que realmente importa em tempos tão apressados: as relações que construímos, a presença que oferecemos e a capacidade de nos afetarmos uns aos outros com gentileza e verdade. Porque, no fim das contas, talvez o que nos torna humanos… não seja o que sentimos, mas como escolhemos nos relacionar.

Carla Regina Nascimento de Paula

4/12/20253 min read

O que nos torna humanos?

Reflexões inspiradas em dois robôs — e muitas relações reais

Algumas histórias parecem inventadas para falar do presente, mesmo que se passem no futuro.

É o caso do Homem Bicentenário e do Robô Selvagem — duas narrativas sobre robôs que, ao longo do tempo, começaram a desenvolver algo que, supostamente, só os humanos teriam: sentimentos, vínculos, escolhas afetivas.

No primeiro, um clássico da ficção científica, vemos Andrew — um robô criado para servir — descobrir dentro de si o desejo de ser mais do que um assistente programado. O que desperta esse desejo? A convivência. A relação com os humanos. O afeto construído com o tempo. Andrew não quer apenas pensar como humano — ele quer sentir como um.

Já em Robô Selvagem, Roz é uma robô que cai acidentalmente em uma ilha. Sozinha no meio da natureza, ela precisa aprender a interagir com os animais e entender o novo ambiente. Com o tempo, ela não apenas aprende a sobreviver, mas a cuidar, a criar laços, a se deixar transformar pela convivência.

Duas ficções. Dois robôs. Mas uma mesma pergunta atravessa ambas as histórias — e talvez também a sua:

O que nos torna humanos?

Será que é a capacidade de sentir? De pensar? De criar?

Ou será que, como disse Roz:

"Aprender leva tempo. Viver leva mais tempo ainda. Mas sentir... sentir acontece no agora."

Talvez o que nos humanize não seja o que sentimos, mas como escolhemos nos relacionar.
Com os outros. Com o tempo. Com o mundo. E, acima de tudo, com a gente mesmo.

Relações nos moldam — inclusive com a gente mesmo

Muito do que chamamos de "humano" não nasce pronto. É construído. Moldado. Aprendido ao longo do tempo. E a matéria-prima dessa construção é o vínculo.

É nos encontros que aprendemos a escutar. É na convivência que aprendemos a cuidar. É no reflexo do outro que entendemos quem somos.

É por isso que a solidão forçada não é neutra — ela corrói aos poucos o que nos torna vivos. Por outro lado, estar em relação, mesmo que com uma única pessoa, pode transformar nossa trajetória inteira.

Isso vale para relações com humanos.
Com animais.
Com ideias.
Com a natureza.
E até — por que não? — com a tecnologia, quando ela é usada como ponte, e não como substituição do humano.

Recomeçar em relação

Talvez você esteja em um momento de transição. Talvez tenha recém se aposentado. Talvez esteja lidando com mudanças inesperadas. Talvez apenas esteja sentindo que o mundo está acelerado demais para acompanhar.

Mas mesmo nesse momento, ou especialmente nele, você pode se permitir estar em relação. Recomeçar não precisa ser solitário.

Pode ser construído junto.

E aqui entra um ponto essencial: o que nos torna humanos não é ter respostas prontas.
É fazer boas perguntas.
É procurar caminhos.
É permitir que alguém nos acompanhe, mesmo que seja à distância.

É saber que não precisa ser perfeito para ser verdadeiro.

A proposta do 60+ em Movimento

É justamente com esse espírito que nasceu o Projeto 60+ em Movimento — um espaço de troca, escuta, afeto e reinvenção.

Não se trata de um lugar onde “tudo já está pronto”. Ao contrário. É uma construção em andamento. Um projeto coletivo. Um convite para quem ainda quer descobrir, mesmo que aos poucos, novos jeitos de existir com mais leveza, propósito e conexão.

Você pode chegar como está.
Não precisa saber tudo.
Só precisa querer continuar em movimento.

E, como aprendemos com Andrew e Roz, talvez seja exatamente isso que nos humaniza: a escolha de estar em relação.

Se esse texto te tocou, te deu vontade de continuar refletindo e compartilhando, você é nosso(a) convidado(a).

🟢 O grupo fechado no Facebook Projeto 60+ em Movimento – Grupo de Conversas e Reflexões é gratuito e acolhedor. Um espaço para gente de verdade, que quer viver com mais verdade.

👉 Para participar, é só preencher o formulário: bit.ly/4l9fwr5

Esperamos você por lá.